Sei que essa discussão já está mais que ultrapassada, mas diante as circunstâncias atuais de nossa sociedade, creio que falar sobre isso ainda é necessário.
Estávamos no café da manhã (o início dos dias aqui em casa são sempre muito filosóficos...rsrsr) e começamos a conversar sobre o planejamento de algumas viagens que pensamos em fazer:mochilar pela Europa, conhecer América Latina , ir a Bali... e aí lembramos da necessidade de trocar nosso carro.
O assunto se enveredou por esse caminho: que carro sonhamos em ter, que carro atende nossas necessidades e ainda que carro cabe em nosso bolso? Refletimos sobre os valores das pessoas: há quem diga que investir dinheiro em viagens é uma grande burrice, pois viagens são efêmeras e os objetos mais duráveis.
Comprar um carro confortável para alguns é mais vantajoso porque você o usa diariamente e por vários anos e quando se viaja só ficam as recordações.
Eu não sei o que dizer sobre isso.O que sei é que para nós viajar vale super a pena, porque as vivências de uma viagem,o aprendizado sobre outra cultura, as recordações e emoções vividas são lembranças que levaremos para o resto da vida e esses são aspectos que nos fazem vivos e felizes. Essa é uma questão muito particular. Inclusive,há quem diga que se tivessemos muito dinheiro poderíamos valorizar um carro super luxuoso, disso eu dúvido.
O que sei é que depois de todas essas reflexões meu marido colocou um ponto de vista bastante interessante. Ele disse ter visto em algum lugar uma frase que dizia algo assim:
Cuidado com as coisas que quer ter, elas podem acabar controlando quem você é.
E me lembrou o quanto as aquisições materiais nos aprisionam a um estilo de vida no qual teremos que sacrificar o tempo livre, a liberdade, as emoçoes e criatividade para mante-lo. Fazemos tudo isso para usufruir de 40 minutos diários dentro de um carro da moda ou para usufruir 2 horas de uma casa de luxo, pois o resto do tempo estaremos trabalhando para pagar tais conquistas. Talvez por isso o estresse esteja na moda, não temos mais tempo para não fazer nada. Conheço muuuitas pessoas abastadas finaceiramente e que não tem tempo para gastar o dinheiro que tem.
Esse com certeza não é o meu dilema, o meu é tentar levar uma vida justa, honesta que caiba dentro do meu bolso e dos meus valores. A partir de hoje avaliarei minhas aquisições, pois quero ter o controle da minha vida.Não quero ser controlada e nem definida pelo que compro. Aliás ser definido por uma casa, um carro ou uma profissão é muito pouco para o que eu quero ser, prefiro as reticências....
beijossss